Fazemos acontecer

O amor mora ao lado

Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 20ª Edição | Junho | 2015
Foto: Moreno Moura

Por Ronaldo Victoria

 
Romances iniciados em condomínios terminam no altar
 
De repente você começa a prestar mais atenção naquela pessoa que dá um caloroso ‘bom dia’ a cada manhã fria em que você abre a porta do elevador. Ou acha uma graça o jeito como segura o portão do prédio para você sair primeiro. Pronto, o cupido resolveu ser preguiçoso e utilizou flechas de pequeno alcance. Apontou para alguém que mora pertinho de você. Ao lado, no mesmo condomínio. Isso facilita ou complica?
 
A professora de educação física Natália Vitti, 33, e o preparador físico do E.C. XV de Novembro Luiz André Moreira Santos, 26, dizem que tudo depende do casal. Mas eles venceram qualquer dificuldade e passarão seu último Dia dos Namorados solteiros. Casam-se no dia 19 de junho, na Igreja do Bom Jesus. O personal trainer Danilo Calore, 29, e a agrônoma Natália Trombeta, 27, só viram vantagens na situação e estão casados há dois anos.
 
UMA CERTA INSEGURANÇA
Natália e André conheceram-se em dezembro de 2010, quando ambos moravam no Condomínio Quinta da Boa Vista, no Bairro Alto, onde ainda mora a mãe dele. Ela ficava na cobertura do bloco Copacabana e ele na cobertura do bloco Ipanema. “Eu comecei a prestar atenção nele quando ele segurava o portão do prédio para eu sair primeiro e me desejava bom dia”, conta Natália.
 
Ele lembra que prestou atenção na morena alta (1,77m) e de longos cabelos uns dois anos antes, quando frequentavam a mesma academia. “Um dia, eu a mostrei para um amigo, de longe, e falei: ‘um dia ainda vou sair com aquela mulher’. Mas ela nem reparou em mim naquela época. E, no fundo, eu tinha uma certa insegurança por ela ser mais velha do que eu”, diz André.
 
Por falar em insegurança, a professora se lembra de uma frase que, segundo ela, casa bem com a situação: “Nunca namore uma pessoa que more longe, que precise vir de mala, nem tão perto que possa vir de meia”. E pondera: “Tem as duas coisas quando você mora perto demais. O que pode ser vantagem, se você não souber lidar, vira uma complicação”, garante.
 
Afinal, se um diz para outro que vai ficar em casa, como resistir a ficar vendo se as luzes do apartamento estão acesas ou apagadas? Ou pior, como se segurar para não descer até o subsolo e ver se o carro está mesmo na vaga da garagem? “Essa parte de querer fiscalizar é uma coisa chata. Eu, algumas vezes, não resisti. A sorte foi que não exagerei”, revela Natalia.
 
Sinal dos tempos modernos: apesar da proximidade, o namoro aconteceu primeiro nas redes sociais, por meio dos falecidos Orkut e MSN. O primeiro encontro ao vivo foi marcado numa sorveteria das redondezas, mas ele deu o cano. “Não fiz de caso pensado, precisei ir para Leme, onde nasci, e não deu tempo de avisar”, recorda André. Mas ele compensou uns dias depois, quando conversavam pelo MSN. “De repente, ele parou de falar comigo e eu não entendi. Um tempo depois, ele disse: ‘abra a sua porta’”, conta Natália. Nesse intervalo, ele desceu os 17 andares do seu bloco, tomou o elevador do bloco dela, apertou o 17 e deixou na porta uma caixa de bombons com um bilhete carinhoso. Claro que o efeito foi superpositivo.
 
“Nosso amor foi começando aos poucos, mas a gente teve paciência, foi regando a cada dia e, hoje, tenho certeza de que é sólido”, conta Natália. O casamento, com papel passado e tudo, oficializa a união, pois eles moram há quase dois anos no condomínio Del Giardino 2, no Dois Córregos.
 
DESDE A INFÂNCIA
Danilo e Natália moravam desde pequenos no Condomínio Elit’s Park, no Jardim Elite. Mas custaram a prestar atenção um no outro. “Não sei se é porque uma diferença de dois anos
pesa quando a gente é criança e hoje não representa nada. O fato é que jogava bola na quadra do prédio com o pai dela e poucas vezes falava com ela”, lembra.
 
Ele só foi vê-la com outros olhos no Clube Cristovão Colombo, bem mais tarde, ele com 18 e ela com 16. A relação ficou mais forte quando eles passaram a frequentar a mesma sala do cursinho Anglo, perto do prédio. “Ele fez um ano à toa, foi às aulas e nem prestou nenhum exame. Parecia que estava me esperando”, arrisca Natália.
 
A convivência de um ano inteiro de aulas e estudos no prédio teve uma prova quando ela foi admitida na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), aqui em Piracicaba,
e ele passou na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro. “A gente não tem essa coisa de insegurança, de achar o que ele podia estar fazendo em outra cidade.
 
Eu pelo menos sou desencanada”, revela Natália. Danilo concorda. “Na nossa cabeça, o mais importante é a confiança. Não vejo pontos negativos em namorar alguém do mesmo prédio. Só facilita. Na volta, os dois têm o mesmo endereço. Você não precisa deixá-la em casa”, brinca. Com isso, o namoro, que começou oficialmente em 2006, virou casamento em 2013.
 
E eles preferiram continuar a morar em condomínio. Escolheram o Residencial Estação da Paulista. “Nós estávamos acostumados desde a infância com o Jardim Elite, onde tem de tudo. Lá, você sai da avenida Independência e já entra em clima de bairro, bem mais tranquilo. Na Paulista também tem de tudo, mas é bem mais agitado”, conta.
 
Agitado também é o cotidiano do casal. Natália trabalha no CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e faz mestrado em economia aplicada na Esalq. Danilo é personal trainer autônomo, tem uma lista grande de clientes de várias idades. Filhos fazem parte dos planos deles, mas, por enquanto consideram que ainda é cedo. “Hoje temos a nossa ‘filha’, a Babi, que é uma cachorrinha carente. Pensamos em filhos para o futuro. Fazemos tudo com calma, como tem que ser”, conclui Danilo.

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