Fazemos acontecer

Sem medo da crise

Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 22ª Edição | Outubro | 2015
Foto: Guilherme Miranda

Por Cristiane Sanches

 
Três jovens empresárias investem na cidade e apostam no sucesso de seus negócios
 
Que a economia brasileira anda enfraquecida e quase esquálida, todo mundo está cansado de saber. Os números estão aí para nos lembrar a todo momento: queda no consumo em geral, taxa de juros alta, desemprego, inflação e por aí vai. É uma ‘novela’ com a qual todo brasileiro está bem familiarizado há décadas. Fazer o quê?
 
Para o consumidor comum, resta apertar o cinto e fazer ‘malabarismos’ com o salário, para que ele não acabe muito antes do fim do mês. Aos empresários, em geral, não há alternativa a não ser cortar custos, dispensar funcionários, segurar investimentos, enfim, colocar o ‘pé no freio’ e esperar a crise passar. Certo? Depende.
 
Em Piracicaba, três jovens empresárias decidiram ‘fabricar lenços’ para aqueles que andam ‘chorando’ por causa da crise. Kátia Pironato, dona da Vollare, loja de roupas e acessórios femininos, está investindo num novo e amplo espaço para acolher suas clientes do jeito que gosta: com amabilidade, conforto e descontração. Não satisfeita em administrar duas empresas da família e sua loja de roupa jovem, Caroline Sermarini, a Carol, abriu a Premier Hookah Smoke Shop, em Piracicaba, e vai inaugurar a segunda unidade no Guarujá, até o fim deste ano. E Cintia Marrucci comemora o sucesso de sua doceria Preciós, que completa um ano no fim de outubro.
 
É gente como elas, sem medo da cara feia da crise, que faz a roda da economia girar.
 
 
 
 
 
 
 
 
  
   
VOO ALTO
Paulistana, formada em administração, Kátia Pironato está em Piracicaba há dois anos. “Eu ainda namorava meu marido, quando ele recebeu uma proposta de trabalho e decidiu se mudar para Piracicaba. Vinha para cá todos os fins de semana e acabei adorando a cidade. Nos casamos e, hoje, temos um filha piracicabana, que está com cinco meses”, conta.
 
Kátia, que trabalhava numa empresa de logística e construía uma bem-sucedida carreira de executiva em São Paulo, chegou a abrir uma consultoria administrativa e financeira, quando chegou em Piracicaba, mas desistiu. “Era um trabalho muito solitário. Eu sentia falta de me relacionar com as pessoas. Sou muito comunicativa”, explica.
Como a família sempre atuou no ramo de confecções, Kátia diz que sempre teve vontade de abrir uma loja, sonho que acabou se concretizando em dezembro de 2013. No início, a proposta da loja era focar na camisaria. “Hoje, a Vollare é procurada por mulheres a partir dos 20 anos, modernas (com uma pitada de ousadia!), contemporâneas, que valorizam a qualidade e querem pagar um preço justo”, diz a empresária.
 
Deu tudo tão certo que, na segunda quinzena de novembro, a Vollare sai do imóvel que ocupa na rua Dona Jane Conceição, 1458, na Paulista, para ocupar um prédio próprio na Vila Monteiro, perto do restaurante Giardino, com mais de 300 metros quadrados. “O destaque do projeto, feito pela arquiteta Silvana Bordenale, é uma grande sala de estar onde receberei as clientes e onde elas poderão se sentir em casa, bem acolhidas”, destaca.
 
Sobre os efeitos da situação econômica do país, ela fala: “O grande problema da crise é que há pessoas que se apoiam nisso e acaba virando uma desculpa para deixar de inovar e empreender”.
 
NOVIDADE SEMPRE
Todo final de tarde, Carol Sermarini pega sua agenda e faz o planejamento minucioso do que vai fazer no dia seguinte. É à base de organização e muito esforço que ela administra duas fábricas da família (uma de bancos de couro e outra de tapetes para autos), uma loja de roupa jovem (a Premier Store) e, agora, a tabacaria Premier Hookah Smoke Shop. Em novembro, ela abre a segunda tabacaria, na praia das Pitangueiras, no Guarujá.
 
Foi numa viagem a Dubai que Carol teve seu interesse despertado pelo narguile, um cachimbo de água utilizado para fumar tabaco aromatizado, muito comum no Oriente Médio, e que virou ‘febre’ no Ocidente. “Visitei vários lounges em Miami e no Brasil, especialmente no Paraná, onde a moda já pegou”, comenta.
 
Entre a intenção de abrir um negócio do gênero em Piracicaba e a inauguração do Premier Hookah foram apenas algumas semanas. O espaço, localizado num prédio de dois andares na avenida Saldanha Marinho, foi montado em apenas 23 dias e a inauguração aconteceu em 3 de julho passado. Carol tem como sócio Raphael Calixto, seu namorado.
 
O Premier Hookah tem um cardápio de fumo com as cinco melhores marcas do mercado. Cada uma delas tem três sabores (o mais pedido é doce de leite com Absolut). O cliente pode alugar por duas horas, com preços que variam de R$ 30 a R$ 55, o que inclui um dos melhores narguiles, a essência, o carvão e a renovação do carvão. Os grupos podem ser de até três pessoas.
 
Fica na avenida Saldanha Marinho, 1392. Aberto de terça a quinta, das 15h às 24h; sexta e sábado, das 15h às 3h; domingos, das 16h às 22h.
 
“No dia 22 de novembro vamos promover o 1º. Premier Hookah Fest. Será um evento para 1.000 pessoas, no Espaço Haras. Haverá 15 lojistas promovendo a degustação de fumos”, conta Carol.
 
Crise, para ela, é sinônimo de “falta de vontade”. “É claro que é preciso ser cauteloso quando a economia não vai bem. Mas não se pode ser ‘mais um’ nos negócios. É preciso inovar”, salienta.
 
DOCE VIDA
Se existe algo que aborrece a pedagoga Cintia Marrucci é alguém dizer a ela que não precisaria trabalhar. Casada com o industrial Cesare Marrucci, mãe do adolescente Bruno, de 15 anos, Cintia poderia, sim, ter vida de dondoca, mas resolveu enveredar pela fascinante área da gastronomia e abriu, há um ano, a Preciós. E, desde então, encara um trabalho nada fácil,
embora prazeroso.
 
“Eu já tinha a Bronzzearia, uma clínica de bronzeamento artificial, que mantenho até hoje e funciona nas dependências da academia Diferencial. Mas, eu sentia falta de fazer mais alguma coisa, algo que me envolvesse mesmo”, conta.
 
Inspirada pela mãe que sempre gostou de cozinhar, decidiu abrir a Preciós, num espaço privilegiado, no centro comercial do condomínio Terra de Piracicaba. “Fiz um curso de confeitaria, em Campinas. Ponho a mão na massa, literalmente!”, brinca, dizendo que conta com uma ótima equipe liderada pelas confeiteiras Valéria Cordeiro e Tainá Oliveira.
 
Um dos grandes desafios do negócio, segundo Cintia, é a inovação constante. “Meus clientes querem sempre novidades. Estou sempre a procura de algo diferente para oferecer. Vou a docerias quando viajo, pesquiso na internet, me dedico mesmo”, salienta.
 
A loja fica aberta às segundas e terças, das 12h às 19h; quartas e quintas, das 11h às 19h; e domingos, das 10h30 às 18h. Fica na avenida Uriel Odas, 33.

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