Fazemos acontecer

A crise como oportunidade criativa

Publicado na Revista Monte Alegre | 12ª Edição | Janeiro | 2013
Foto: Divulgação

Gosto muito de um livro de um astrólogo e psicólogo americano que viveu muitos anos em Londres, chamado Howard Sasportas. O nome do livro é Os Deuses da Mudança. Já na introdução, o autor nos conta que os antigos chineses tinham uma palavra sábia para nomear ‘crise’: wei-chi, uma combinação de duas outras palavras, perigo (wei) e oportunidade (chi).

Antes de querer evitar a dor que as crises normalmente trazem, oriundas das mudanças impostas, temos que entender e utilizar estes períodos de nossas vidas com mais criatividade! Costumo utilizar isso em minha vida pessoal e, como profissionalmente atuo como mobilizadora de recursos para projetos sociais, ultimamente tenho provocado a reflexão de organizações do Terceiro Setor e empresariais, especialmente, sobre esta questão.

A ‘crise’ sobre a qual se debruça o mundo e que resvala em nosso país é uma tremenda maneira de inovação e utilização de recursos que normalmente, em épocas de ‘vacas gordas’, costumamos ignorar. Isso vale tanto para organizações não-governamentais como para as públicas e privadas.

Trocando em miúdos, se não há dinheiro em caixa (verba própria) para manutenção das ações de marketing (e nelas estão incluídas as ações socioambientais), por que não utilizar os benefícios dos incentivos fiscais? Lembrando que, conceitualmente, estes são estímulos concedidos pelo governo, na área fiscal, para que recursos sejam canalizados para segmentos específicos (econômico, cultural, social) na forma de renúncia.

Explicando melhor: a empresa vai mesmo pagar impostos (estando o país em crise ou não), parte destes recursos, ao invés de ir para os cofres públicos, pode ser aplicado em cultura, esporte, educação ambiental e geração de renda (economia criativa), entre outros temas relacionados. Se por um lado os incentivos funcionam como estratégia de captação de recursos, por outro, promovem a criação de uma cultura de participação cidadã.

Mas, de que tipos de recursos podem as empresas se valer? Por exemplo, dos tributos de origem:

FEDERAL – Imposto de Renda – empresas com base no lucro real (Lei Rouanet, Audiovisual e Lei Federal de Incentivo ao Esporte);

ESTADUAL – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS (ProAC e Lei Paulista de Incentivo ao Esporte), entre outras leis ligadas aos demais estados do país;

MUNICIPAL – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU (leis municipais de incentivo à cultura e ao esporte).

Se não sabe como fazer, vale buscar a ajuda de escritórios especializados em captação de recursos para projetos, que normalmente têm um departamento jurídico-tributário capaz de orientar as empresas sobre a melhor maneira de utilizar estes recursos.  Depois, escolha um projeto que esteja de acordo com suas diretrizes estratégicas. Está adotada aí uma forte ferramenta de marketing que não dói no bolso das empresas e que faz um bem incrível para a sociedade.

 Teresa Blasco é diretora da Blasco Consultoria de Desenvolvimento Institucional e especialista em mobilização de recursos para projetos com incentivos fiscais.

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