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Infusão milenar

Publicado na Revista Monte Alegre | 03ª Edição | Julho | 2011
Foto: Giovanna Baccarin

Tradição, requinte gourmet e variedade fazem do chá mais que um ancestral elixir
Com inúmeros estudos sobre os seus benefícios para a saúde, ele vem aparecendo nas mais diversas versões e já encontrou aficcionados e estudiosos que o tratam com a seriedade de enólogos profissionais.
Com essências, flores e frutos e presente em cosméticos, xampús e afins, queremos ajudar você a entender um pouquinho mais desse poderoso elixir que é o chá.

HISTÓRIA
A mais famosa das lendas envolvendo a bebida é chinesa. Segundo Bárbara Ramina e Luiz Lombardi, proprietários da casa de chá curitibana The Kettle, a história do chá está assentada nos costumes da velha China, onde se conta ter sido criado por volta de 2.800 a.C. por um imperador chamado Shen Nung. Considerado o pai do chá, ferveu água para beber e não observou algumas folhas caídas dentro do recipiente. Sentindo um aroma delicioso, arriscou beber o conteúdo e o achou bastante saboroso, passando a fazer experiência com várias folhas, desta forma descobrindo o chá.

CHÁ OU INFUSÃO
Ainda segundo Bárbara e Luiz, o chá é um produto originário da Camelia sinensis, e a partir desta planta é elaborado e aromatizado por meio de aromas naturais, flores, frutas desidratadas e fermentações. Segundo Andréa Dario Frias, PhD em nutrição e coordenadora do centro de pesquisas da marca Sanavita, esta espécie dá origem a vários chás diferentes, mas os mais estudados são o chá-branco, o verde, o amarelo, o oolong e o chá-preto.
Enfim, a bebida só pode ser considerada chá se vier da Camellia sinensis. Todo o restante são infusões, mas o uso da palavra chá é feito popularmente na maioria dos casos.
Yuri Hayashi, criadora do blog Chá, Arte e Vida, que é dedicado à nova legião dos entusiastas da bebida, diz que existem opções para todos os gostos hoje em dia. Tudo que é preciso é um pouco de pesquisa para não errar na escolha. Quem não tem familiaridade, normalmente, aprecia mais as infusões por seus sabores mais frutados ou de ervas diversas, mais fáceis de encontrar no dia-a-dia. Muita gente reclama do gosto do chá-verde, mas ele é um chá muito saboroso e com muitas variações. O que acontece freqüentemente é um erro no preparo que faz com que as pessoas tomem um chá totalmente amargo, de sabor alterado, achando que ele é assim mesmo e por isso não gostam da bebida.


USO TERAPÊUTICO
As virtudes medicinais do chá são conhecidas há milênios. Por volta de 1500 a.C., os egípcios já usavam ervas como o sene, por exemplo.
De qualquer maneira Andréa alerta para o fato de que chás são considerados alimentos e não medicamentos, portanto, não devem ser utilizados com a finalidade de curar doenças.
A bebida é importante na prevenção de certas enfermidades como mostram diversos estudos. Há benefícios no consumo que deve ser feito como coadjuvante no tratamento de doenças.
Uma outra alternativa são as infusões feitas a partir de plantas preparadas na forma de chá. Com a rica flora brasileira, colecionamos uma extensa biblioteca nesse assunto com diversos benefícios ligados às mais diversas plantas.
É preciso, porém atentar ao fato de que essas bebidas consumidas em excesso, preparadas de maneira errada ou mal-acondicionadas podem ter efeitos negativos e o tiro pode sair pela culatra.

O CHÁ NO OCIDENTE
A tradição do chá das cinco foi iniciada na Inglaterra pela 7ª duquesa de Bedford, por volta do ano de 1830. A moda logo chegou também a outros países e os grandes salões de chá começaram a aparecer.
Naquela época, os ingleses já tinham o hábito de tomar o chá com leite. Bárbara nos ensina que o leite normalmente acompanha os chás pretos e mais intensos, muito consumidos pelos ingleses, a fim de harmonizar o paladar. O limão tem o mesmo efeito, sem que isso venha a ser uma regra.
Os saquinhos de chá foram criados por um comerciante nova-iorquino apenas em 1904. Seu intuito era enviar amostras de chá em saquinhos de seda. Hoje em dia os saquinhos são feitos de papel-filtro e são os mais conhecidos pela população. Existem bons chás nessa versão, mas é bom sempre preferir as misturas mais tradicionais para garantir a qualidade.
Quanto à moda do chá no Brasil, Bárbara e Luiz dizem que o país tem corrido atrás de sabores nestes últimos tempos e os paladares têm se tornado mais curiosos e receptivos, o que indica que felizmente a cultura do chá vai pegar e os tabus estão sendo quebrados.

Chá-branco: não-fermentado, produzido dos brotos e folhas tenras
Chá-verde: levemente fermentado
Chá-amarelo: não-fermentado, pouco oxidado. O mais raro dentre eles
Chá oolong: com fermentação mediana, ficando entre o chá-verde e o preto
Chá-preto: bem fermentado e forte
(por Giovanna Baccarin)

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