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Esporte e saudade

Publicado na Revista Monte Alegre | 07ª Edição | Fevereiro | 2012
Foto: Alessandro Maschio / MBM Ideias

Aos 82 anos, Nelson Zinsly relembra os bons tempos do União Monte Alegre Futebol Clube

A foto tem exatos 70 anos, já que mostra o time de 1942 do União Monte Alegre Futebol Clube. Já esteve na parede da casa de Nelson Zinsly, 82, que até hoje mora no bairro, mas hoje ele o guarda numa caixa no quarto que usa como escritório.

Revela um momento especial, que define uma vida. Afinal, foi em 1942 que Zinsly veio com a família morar no bairro, que naquele tempo parecia tão distante. “Eu morava com a minha família na ‘cidade’, na Vila Bacchi, aquelas casinhas que ficavam perto da avenida Armando Salles”, conta.

Mal chegou, começou a cultivar uma paixão: o time de futebol do bairro, que na época tinha torcida apaixonada e dava muitas alegrias. Começou ao mesmo tempo o trabalho na Usina Monte Alegre, onde ficou por 42 anos trabalhando em várias funções.

A equipe da usina (e do bairro) logo entrou na vida de Zinsly, mas ele nunca jogou pelo time. “Eu sempre joguei bola com os amigos, mas de brincadeira, nunca joguei pelo Monte Alegre. A gente tinha um time dos funcionários da usina, que era chamado de Favela”, conta. No Monte Alegre ele sempre foi diretor, além de presidente por quatro gestões, e dedicou boa parte do seu tempo à equipe e aos jogadores.

Ainda guarda em papéis hoje amarelados alguns resultados do time, da fase áurea, lá pelos anos 40 e 50. Na foto da equipe de 70 anos atrás, lembra a escalação, com destaque para Baltazar, que era chamado de Cabecinha de Ouro, por causa de sua facilidade com o jogo aéreo. Os atletas não eram profissionais, a disputa acontecia pelo campeonato amador da cidade, e o Monte Alegre era conhecido como Galo Suburbano. Tudo por conta da garra que sempre demonstrava em campo.

“Era um outro tempo, havia mais elegância dentro e fora do campo. Nas nossas reuniões, todos os diretores iam de terno e gravata, não importava o clima que estivesse”, lembra Zinsly, sem disfarçar a saudade.

O saudosismo, aliás, é o que define seus dias. Não apenas do time, mas do próprio bairro. “Eu sinto falta daquele movimento, do tempo em que as coisas aconteciam de verdade, que havia mais otimismo”, explica. Ele só não se rende ao desânimo porque espera que a situação melhore com os investimentos prometidos para o bairro. “Tem dias que eu nem tenho vontade de sair de casa, ficamos só eu e minha mulher, Olímpia, com quem sou casado há 57 anos”, conta.

Em casa fica quase sempre rezando, com o terço nas mãos, e a televisão da sala fica sintonizada na emissora católica Rede Vida. Hoje a fé é sua maior companhia, assim como já foi o esporte. “Hoje a minha distração é a minha casa. Tenho saudade daqueles tempos em que o esporte era minha distração. Porque o esporte une as pessoas, faz com que a gente tenha mais amizades”, define.

Estádio pode ser reformado

A Prefeitura de Piracicaba, por meio das secretarias Obras e de Esportes, Lazer e Atividades Motoras, estuda a possibilidade de reformar o estádio Pedro Morganti, no Monte Alegre. O local poderá a partir daí abrigar jogos das finais dos campeonatos amadores da cidade e das divisões de base do XV de Piracicaba em competições oficiais.

No dia 23 de janeiro passado, o secretário municipal de Esportes, Pedro Mello, acompanhado pelo engenheiro da Secretaria de Obras, Márcio Antônio Maruko, e pelo presidente da Liga Piracicabana de Futebol, Edivaldo Luis Carnelutti, estiveram vistoriando o local.

Segundo Pedro Mello, o estádio inaugurado na década de 40 apresenta boas condições, porém, necessita de uma reforma completa. “Estamos estudando essa possibilidade, já que se trata de uma reivindicação antiga das equipes amadoras e ajudaria a desafogar o Barão de Serra Negra”. Atualmente, o estádio recebe jogos amadores, varzeanos e os treinamentos da equipe profissional do XV.

O secretário informou que o objetivo é reformar os sanitários e vestiários, construir cabines de imprensa, melhorar o acesso, instalar novo alambrado ao redor do gramado e aumentar a capacidade das arquibancadas.

De acordo com o engenheiro, a Secretaria de Obras fará um levantamento topográfico do local com o objetivo de projetar a obra. “Com base nesse levantamento poderemos detalhar melhor o que será feito. Em seguida ocorrerá a aprovação e a abertura do processo de licitação”, explicou.

Pedro Mello informou que a expectativa é que as obras sejam iniciadas ainda este ano. (por Ronaldo Victoria)

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